O molde do nariz é preenchido então com uma estrutura em favo, e esta é coberta com milhões de “células brancas”, que, com os nutrientes corretos, irão formar uma cartilagem.
Enquanto a matriz desenvolve a cartilagem em um bioreator, um balão é colocado sob a pele do braço, para esticá-la e obrigar o desenvolvimento de mais pele.
Quando há pele suficiente e a cartilagem está pronta, o balão é retirado e a cartilagem é colocada no seu lugar. A partir deste momento, a cartilagem começa a aderir à pele e formar vasos sanguíneos e uma rede nervosa.
Depois de algum tempo, o novo nariz é retirado do braço do paciente e implantado na face, onde vai ter a mesma forma do original, embora um pouco mais achatado.
Por enquanto, fazem dois meses que o balão foi retirado do paciente, e a cartilagem implantada. Espera-se que em mais três meses o nariz esteja pronto para ser colocado na sua face.
O período de desenvolvimento no braço é necessário por que, até agora, os médicos só conseguem criar cartilagem, e não pele, vasos e nervos fora do corpo. Os médicos acreditam que, além da sensibilidade, o paciente deve recuperar parte do sentido do olfato.
Todo este procedimento é derivado de um experimento dos anos 1990 em que médicos fizeram crescer uma orelha nas costas de um rato, com o objetivo de usar este procedimento para obter órgãos para transplante.
O experimento não deu muito certo na época, mas a técnica foi aprimorada, e o procedimento traz esperança para quem teve o nariz ou a orelha perdidos para o câncer, bem como vítimas de acidentes ou soldados que foram feridos.
Esta não é a primeira vez que a equipe do Dr. Alex Seifalian, professor da Universidade College London (Reino Unido) e responsável pelo feito, realiza um procedimento do tipo. Ele já conseguiu reconstruir uma traqueia em 2011.
No Brasil, a técnica poderia ser usada para restaurar a cartilagem de pacientes de leishmaniose ou “úlcera de Bauru”, doença que faz as pessoas perderem a cartilagem da orelha e do nariz. [DailyMail]
Nenhum comentário:
Postar um comentário