No dogging, o sexo rola entre desconhecidos em lugares públicos
Uma prática erótica que começou na década de 1970, na Inglaterra, está se consolidando no Brasil. O “dogging” é um misto de voyeurismo e swing e se baseia no prazer do sexo alcançado com mais intensidade devido ao fato de desconhecidos estarem olhando tudo de muito perto. O nome traz diferentes abordagens, seja pelo fato de ser como levar o cachorro para passear e observar tudo ou mesmo pela similaridade dos cães de rua, que acasalam na hora e local que querem.
As relações acontecem, geralmente, em lugares públicos um tanto ermos, com pouca iluminação, abandonados e sempre tarde da noite. Com a internet, as pessoas interessadas nesse tipo de relação conseguem se organizar através de fóruns e até mesmo de sites para que os encontros sejam marcados.
Pioneira do “dogging”, a Inglaterra tem até uma espécie de federação, o Dogging After Dark, que dá informações, promove debates e até indica mais de 5.000 lugares para transar sob as diretrizes da prática. Ao acessar o site da DAD (www.dogging-afterdark.co.uk), fica claro de cara que o barato é se exibir. Já na página inicial, o internauta se depara com diversas fotos de “doggers”, como são conhecidos, fazendo sexo em parques e estacionamentos.
No Brasil, principalmente em São Paulo, a moda está pegando. E como está! Grupos têm se reunido constantemente em locais como os parques do Ibirapuera e Villa-Lobos, nas ruas Cerro Corá (Lapa), Curitiba (Moema) e Oscar Rodrigues (Morumbi) e na Praça do Pôr do Sol (Alto de Pinheiros). Aos interessados, é importante se informar com relação às regras de aproximação de cada lugar.
Outro ponto conhecido de “dogging” é a rua Achilles Masetti, uma travessa da avenida 23 de Maio. O produtor de cinema P. F, que prefere manter sua identidade em sigilo, conta como as pessoas buscam o prazer no local. Ele deixa claro que sua condição é de voyeur.
“Um amigo que já tinha me levado até uma casa de swing me falou de uma outra prática sexual que tem como principal atrativo o voyeurismo. Pelo que eu percebi, se tratava de um passo além do swing. Fomos de carro e, primeiramente, passamos pela rua, bastante escura. Mas dava pra ver uns dez homens parados à espera de casais, que chegavam em seus veículos. Os interessados param e ficam esperando alguém se aproximar do carro e trocar uma ideia. É como se o ‘marido, noivo ou namorado’ oferecesse favores sexuais àquelas pessoas que estão ali só aguardando um sinal positivo para tal”, relatou.
Segundo P.J, havia muitas árvores na calçada, o que dava um clima um pouco nebuloso à situação.
“Eu fui apenas pra ver, já que não tinha o menor interesse em transar ali, até porque isso não me atrai. Porém, fiquei curioso para ver o tesão que aquilo causa naquelas pessoas. Eu observei, assim que cheguei, no último domingo, alguns carros parados e o pessoal se aproximando. Um dos sujeitos já estava transando com uma mulher, que estava acompanhada do seu parceiro em um veículo grande, tipo uma Pajero. Ela basicamente usava a porta do carro como apoio para o ato sexual. E a cena era essa: eles transando e outros caras olhando, sendo que alguns já estavam perto, na expectativa de também participarem”, contou o produtor.
Em São Paulo, o blog “Negroprazer_sp®” traz várias informações para quem tiver interesse em se aventurar no dogging: http://negroprazers.blogspot.com.br/2012/01/dogging-quer-experimentar.html?zx=1cc5f9bc8689d85e. E para quem quiser saber um pouco como funciona, mas não tem coragem de se aproximar, pode assistir ao filme “Dogging: A Love Story”, de 2009.